quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Garantia de Morte (Death Warrant - 90)


Depois de ver obras sensíveis e refrescantemente originais como "(500) Dias Com Ela" e "Fados", é bom voltar a sentar no sofá e curtir um filme que, apesar de um tanto rústico, também te põe em estado de Alfa, embora de uma maneira ligeiramente diferente. Deixando de lado a beleza e sentimento do fado ou das consequencias agridoces do amor, nada melhor do que ver Jean Claude Van Damme numa prisão de segurança máxima comendo o pão que o diabo amassou em "Garantia de Morte", com direito a ameaças de sodomia, chutes na cara e outras gentilezas.

No filme ele interpreta o obstinado policial Louis Burke, que após o fim de um longo e complicado caso, a captura do perigoso serial killer Sandman (o magnífico Patrick Kilpatrick), conhecido na dublagem brasileira "João Pestana", resolve aceitar uma perigosa missão: infiltrar-se numa prisão onde tem acontecido uma série de misteriosas e aparentemente não relacionadas mortes de detentos. Contando apenas com a ajuda da bela advogada Amanda Beckett (Cynthia Gibb), ele vai ter que andar no sapatinho e, eventualmente, baixar o sarrafo nos colegas de cela para não ser descoberto. Mas ele vai descobrir que toda uma trama envolvendo prisioneiros e os guardas da prisão, como o cruel Sargento Burke (interpretado pelo também incrível Art LaFleur).


Até que prum filme do Deran Serafian, atualmente diretor de séries de TV, como a premiada "House", com roteiro de, pasmem, David Goyer, que não conseguiu dar a mesma graça a franquia Blade ou ao Batman, "Garantia de Morte" se sustenta muito bem. Na verdade é um dos melhores veículo do Van Damme antes de ser lançado ao topo de Hollywood. Aliás, como já diziaalguém disse nos comentários do blog Cine Demência de Leopoldo Tauffenbach, em sua postagem homenageando Chong Li, o Van Damme sempre contou com vilões interessantes para duelar ao fim de seus filmes, e esse não é excessão. O Ameaçador Kilpatrick dá ao seu "João Pestana" uma dignidade que poucos vilões indestrutíveis estilo Jason conseguem ter, conquistando merecidamente seu lugar no "Hall dos Inimigos do Van Damme". Uma pena que Hollywood prefira dar papéis importantes a sujeitos "carismáticos" e "talentosos" como Keanu Reeves ou Orlando Bloom do que a indivíduos como Kilpatrick.

Em suma, contando com personagens carismáticos como o velho Hawkins (Robert Guillaume), o bizarro Padre (Abdul Salaam Razzac), a bonitinha Amanda de Cynthia Gibb e os citados Burke e o temível Sandman e até mesmo alguns diálogos bem simpáticos, embora lugar comum (temos até o cansado "Isso é uma ameaça? Não, é uma promessa" saindo das bocas dos personagens), poucos filmes de prisão possuem o mesmo clima de dureza e diversão que este aqui.  Para assistir com sua namorada depois de ela te obrigar a ver o novo filme da franquia "Crepúsculo".

Trailer Cannon Style:

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Fados (2007)





Fado. De acordo com a Wikipédia, “é um estilo musical português. Geralmente é cantado por uma só pessoa (fadista) e acompanhado por guitarra clássica (nos meios fadistas denominada viola) e guitarra portuguesa”. Mas assistindo ao filme “Fados”, produção de 2007 do diretor Carlos Saura que só chegou ao Brasil  em 2009, essa sintética explicação na verdade não diz coisa alguma.



Não vou bancar o expert nem vou me dar o trabalho de tentar fazer uma leitura crítica que seja realmente relevante. A verdade é que até assistir ao documentário, Fado pra mim era apenas um “estilo musical português” que só conhecia de nome e Carlos Saura um dos membros da “Liga de Importantes Diretores que o Babaca do Luiz Não Assistiu Nem ao Trabalho Principal em Sua Filmografia”, liga essa que abrange indivíduos como Zé do Caixão, Luis Buñuel, King Hu e Alejandro Jodorowsky, entre muitos outros nomes importantes da história do cinema. Vou dizer apenas que o filme é um documentário completamente diferente de quaisquer outro que já tenha visto, embora não possa afirmar ser o mais original, já que não sou tão familiarizado com o formato. Mas, com o perdão pela falta de tato, é bonito pra caralho!


Saura não conta, mostra o Fado, capturando com sua lente apresentação de vários fadistas e mesmo não-fadistas, como os brasileiros Toni Garrido, Caetano Veloso e Chico Buarque, e, assim, contando o Fado através do Fado, somado às imagens geradas por telas e telões e apresentações de bailarinos, que não apenas “preenchem o vazio”, mas dizem, de alguma maneira, a música que vemos e ouvimos. Aliás, acho que a melhor descrição pro trabalho de Saura é isso: o Fado visto, ouvido e sentido.


Contando ainda com homenagens a importantes e falecidos mestres do fado, contando também com releituras que podem não agradar, como a versão em Rap de um Fado, que pra mim, embora dentro do contexto, não soou tão bem, o filme pode não agradar aos fãs de Saura, como parece ter acontecido em textos críticos que li pena Internet, mas é uma lindíssima homenagem à música Lusitana. Como se não bastassem ter Fernando Pessoa, eles têm o Fado. Deu vontade de ter nascido em Lisboa.


P.S: Acho que me apaixonei por Carminho...


Trecho do filme, Carlos do Carmo - Um Homem Na Cidade


Se isso não é lindo pra você, é porque você é um robô.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

(500) Dias Com Ela ((500) Days of Summer-2009)



Garoto conhece Garota. Garoto se apaixona pela Garota. Garoto “seca” a Garota todos os dias. Garoto demora muito tempo pra se aproximar efetivamente da Garota. Garoto, finalmente, fica com a Garota. Garoto e Garota começam a sair com regularidade. Garoto e Garota adoram a companhia um do outro. O mundo é bom, a vida é boa. É possível ser feliz e pleno. Garoto não poderia ser mais feliz, já que acredita ter finalmente encontrado a “metade da maçã”. Porém, Garota não acredita em “metades”. Garota gosta do Garoto, mas chega um momento que deixa de gostar dele da mesma maneira que antes. Garota decide terminar com Garoto. Garoto não entende o porquê disso, e tenta reatar com Garota. Mas Garota não quer mesmo mais nada. “Quando tu me deixares/ Me envolverão as sombras” cantou uma vez Altemar Dutra. O mundo perde o sentido para o Garoto. “Como pôde fazer isso?” “Mas éramos tão perfeitos um para o outro...” “Como posso ser tratado como aquilo que sai do traseiro dos cães?”

Caso os envolvidos na criação e produção de “(500) Dias Com Ela” decidissem ir por um caminho mais sério e trágico, poderiam até mesmo colocar como teaser publicitário a velha frase “Poderia acontecer com você”. Mas estamos falando de uma comédia romântica, oras! Em algum momento o casal tem que ser feliz. E, na visão do filme, a felicidade é possível sim. Só não exatamente da maneira como o gênero costuma mostrar. A trama é como descrita acima: mostra como Tom Hansen (Joseph Gordon Levitt) conhece a maravilhosa Summer Finn (Zooey Deschanel), apaixona-se perdidamente e por 500 dias experimenta o céu e o inferno de uma intensa relação de amor.

Um dos grandes baratos da direção de Marc Webb foi pegar o velho “Garoto conhece Garota” e recauchutá-lo com alguns elementos já comuns no cinema comercial, como uma inspirada trilha sonora pop e uma montagem não linear, mostrando numa cena o casal já em crise e em seguida outra onde o amor está em seu ápice, mas sendo muito menos forçado e lugar comum que “clássicos” do gênero como “Sintonia de Amor”, sem perder uma certa dose de cafonice, afinal, é uma história de amor. A cena que acompanha o dia seguinte à primeira noite de amor com a moça, onde o protagonista segue para o trabalho num número de musical, não é exatamente novo, mas é sensacional. Mais interessante ainda é o corte pra próxima cena que mostra a mesma chegada ao trabalho meses depois, já separado da moça e com uma expressão melancólica e desesperançada.

Um grande mérito do filme se deve a riqueza da personagem de Zooey Deschanel. De maneira alguma o filme a retrata como uma pessoa ingrata e de alminha pérfida, embora nos dê a impressão em um primeiro momento. Claro que não deixamos em momento algum de torcer pelo rapaz, é principalmente a sua visão que o filme privilegia, mas ao fim da projeção é possível compreender melhor o que acontece a ela e, quem sabe, a desejar o melhor pra ela. A cena em que ambos estão no cinema assistindo “A Primeira Noite de Um Homem” e deixa bem claro que o mundo para ela é mais cinza que o dele. Embora, confesso, ainda ficou dentro de mim um delicioso e agridoce desejo de que ela se dane. Um sujeito presente na mesma sessão que eu se lavantou revoltado minutos antes do fim da mesma. Acho que ele não gostou do que viu. Pois se não gostou é porque não entendeu. Babaca.

Aliás, um detalhe que chama a atenção é que no filme é a moça quem toma todas as atitudes, seja a de começar ou a de terminar a relação. Outra figura feminina que se mostra com bastante força é a irmã mais nova de Tom, Rachel (Chloe Moretz). Embora ainda uma menina, ela dá conselhos mais amadurecidos e realistas que os amigos homens já adultos de Tom, o que gera um engraçado estranhamento na trama. Talvez seja um certo reflexo de uma certa “inversão de papéis” que vem acontecendo na relação entre homem e mulher, onde ao mesmo tempo em que o homem abraça o seu lado feminino da maneira mais estranha e, por vezes, imbecil e gay, vide o fenômeno do metrossexualismo, as moças tem ficado cada vez mais pegadoras, devoradoras, vide fenômenos pop como a Beyoncé, as Pussycat Dolls e até mesmo as mulheres frutas.  Não que o filme queria discutir isso, em momento algum o diretor se aprofunda nessa questão, mas é sem dúvida um traço um bocado curioso.

Contudo, não se enganem: alguns clichês se fazem presentes, como elemento “superação de si mesmo”, onde o rapaz é retratado como alguém que faz aquilo que não ama. Não me referindo a moça, óbvio, o rapaz adora fazê-la. A narração presente em vários momentos para nos aprofundar a trama também é questionável. Apesar de parte do humor do filme se dever à algumas das pequenas esquetes que ela apresenta, ela pode ser sim vista por alguns como um pequeno “vício”, lembrando um pouco os comentários e gracinhas presentes no filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Mas de modo algum que esses elementos atrapalham a mensagem do filme. Embora ainda jogando com algumas pequenas “regras” do gênero, o produto final é de um frescor muito bem vindo. Pra assistir e ficar feliz.

Sid e Nancy, por Marc Webber

Na cena em que Summer decide terminar com Tom, ela diz que acha que a relação deles é parecida com a de Sid e Nancy, só que ela seria o Sid. Os atores e o diretor da película participaram de um projeto chamado “Cinemash”, onde eram feitas paródias de filmes famosos, recriando com um maravilhoso miscast, trechos de filmes como “Dirty Dancing” e “Carrie”. Marc Webber dirigiu um curta baseado em “Sid e Nancy”, com Zooey Deschanel interpretando o punk e Joseph Gordon-Levitt fazendo o papel da moça. Sensacional. Para assistir aos outros trabalhos, clique aqui.

<a href="http://video.msn.com/?mkt=en-us&amp;fg=MsnEntertainment_idseeitif_top2&amp;vid=5db01b36-af64-41f0-91b8-ef86e818f69b" target="_new" title="Zooey Deschanel and Joseph Gordon-Levitt Cinemash "Sid and Nancy"">Video: Zooey Deschanel and Joseph Gordon-Levitt Cinemash "Sid and Nancy"</a>

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Woody Allen ganha mostra com 40 filmes no Rio e em SP


Woody Allen e o ator Larry David no set de 'Tudo pode dar certo' (Foto: Divulgação)


O humor refinado de Woody Allen ganha um evento à sua altura a partir desta quarta-feira (4), com o início da mostra “A elegância de Woody Allen”, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio. A partir de 18 de novembro, o evento segue para o CCBB de São Paulo, onde fica em cartaz até 13 de dezembro.

Será a maior mostra já dedicada ao diretor, com 40 longas-metragens, incluindo filmes do próprio Allen e produções sobre ele realizados entre 1965 e 2009. A nova comédia do cineasta, “Tudo pode dar certo”, ainda inédita no Brasil, faz parte da programação.

Será a oportunidade de ver e rever em tela grande todos os filmes em película de Woody Allen, tais como os clássicos “Manhattan”, “Noivo neurótico, noiva nervosa” (Annie Hall), “A rosa púrpura do Cairo”, “Zelig” e “Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo mas tinha medo de perguntar”, além da animação “FormiguinhaZ”, dublada por Allen, e do documentário “Meetin’ WA”, assinado por Jean-Luc Godard. Também haverá os recentes “Vicky Cristina Barcelona” e “O sonho de Cassandra”.

Confira a programação completa no site do CCBB. O evento também vai contar com debates, curso e lançamento de catálogo sobre a filmografia de Allen.

“A ELEGÂNCIA DE WOODY ALLEN”

Rio
Quando: 3 a 29 de novembro
Onde: CCBB-Rio (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. (21) 3808-2020)
Quanto: R$ 6

São Paulo
Quando: 18 de novembro a 13 de dezembro
Onde: CCBB-SP (Rua Álvares Penteado, 112 -Centro – Tel. (11) 3113-3651)
Quanto: R$ 4

Fonte: Portal G1, do Globo

Sei que tô um dia atrasado (ou dois, de acordo com a informação dada abaixo na matéria), mas é o Woody Allen, caramba!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O Pirata Sangrento (The Crimson Pirate-1952)



 

Que Orlando Bloom que nada! Bom mesmo é o Burt Lancaster interpretando o Capitão Vallo, o Pirata Escarlate no filme, bom, “O Pirata Sangrento” (esses títulos nacionais às vezes pecam no sensacionalismo...), do diretor Richard Siodmak. Nessa produção é de 1952, época em que efeito especial ainda eram os atores, o Capitão do título é um pirata que vivem de passar a perna na marinha britânica, pilhar e fazer negócios sujos com a carga que rouba. Até que um dia, ao tentar vender armas do exército britânico para um grupo de revolucionários da Ilha de Cobra, comandados por El Libre, planejando consecutivamente levar o líder rebelde para o Barão Gruda (Leslie Bradley), em troca de 50 mil florins. Mas logo se verá numa crise de consciência e em maus lençóis, inclusive com sua própria tripulação, depois de se apaixonar por Consuelo (Eva Bartok), filha de El Libre.

Com direito a muitas cenas de ação com Lancaster e Nick Cravat, que faz o papel de seu primeiro imediato, o mudo Ojo, dando piruetas e fazendo os oficiais da marinha de gato e sapato, boas doses de comédia e muitos personagens carismáticos, “O Pirata Sangrento” tem aquele velho sabor de filmes de aventura, do tipo que leva o expectador voltar a ser criança novamente. Aliás, o citado Cravat era parceiro de Lancaster da época em que eram trapezistas de circo. Não à toa a química e a performance de cena entre os velhos companheiros é tão forte. Os atores parecem ter dispensado dublês em todas as cenas, o que torna o espetáculo ainda mais contagiante. Pena não ter podido conferir esta pérola nos cinemas, o filme perfeito pruma matinê.

Post dedicado ao companheiro Caio, do blog God vs Godard.

Vejam uma cena de Lancaster e Cravat aprontando com os Oficinais da Marinha (em francês):


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dia de Finados

Se ainda vivos, essas pessoas fariam aniversário hoje:




Burt Lancaster - 96 anos


Luchino Visconti - 103 anos

Estes, infelizmente, faleceram no dia 2 de alguns novembros atrás:



Lo Lieh - 63 anos, 2002



 Pier Paolo Pasolini - 53 anos, 1975


Haja o que houver, paraíso ou simplesmente nada, que suas mentes tenham encontrado a plenitude.


Fuga Mortal (Joshua Tree aka Army of One-1993)




Essa é para tentar esquecer as más novas da postagem anterior. Wellman Anthony Santee (Lundgren) é um ex-corredor que trabalha transportando carros de luxo roubados. Um dia, quando estava na estrada acompanhado de seu amigo, fazendo mais um “trabalhinho”, é parado por um patrulheiro.Contudo, alguém lhe preparou uma cilada e mata o policial, seu amigo e ainda o presenteia com um balaço no meio dos peitos. Depois de uma temporada no hospital é sentenciado a prisão de segurança máxima pelo homicídio que não cometeu. No meio do caminho os guardas que o transportavam tentam executá-lo. Mas ele consegue fugir, seqüestra uma mulher, sem saber que ela também é tira, rouba seu lindo carro e, durante o resto do filme irá buscar vingança contra o Tenente Severance (George Segal), o responsável pela cilada.

A história é uma bobagem, com erros de lógica grosseiros e com cenas dispensáveis. Mas ver o Dolph Lundgren dirigindo uma Ferrari em alta-velocidade, mandando bala em uma quadrilha de bandidos chineses, numa cena óbvia e declaradamente copiada dos filmes de John Woo, e o George Segal como um dos vilões mais cornos e cínicos do cinema vale a pena. Principalmente se compararmos com “filmes de carros” feitos hoje em dia, como a franquia “Velozes e Furiosos”.  O  personagem de Lundgren além de vencer o Vin Diesel na corrida, ainda baixaria o cacete nele e no Paul Walker e roubaria as mulheres dos dois. Tudo isso com um ferimento de bala que ele carrega o filme inteiro!

Pena que Vic Armstrong não dirigiu mais vezes. Aparentemente a oportunidade surgiu após ter dirigido o filme “Duplo Impacto”, de 91, com Jean Claude Van Damme, depois de Sheldon Lettich ter saído após duas semanas de filmagem. Como ele permitiu que Lettich fosse creditado em seu lugar, Armstrong, que na época já era um coordenador de dublês e diretor de segunda unidade de filmes como “Guerreiros de Fogo”, “Viva e Deixe Morrer” e “Vingador do Futuro”, conseguiu apoio de produtores para realizar este que é um dos melhores filmes do sueco e, infelizmente, o único filme para cinema em sua brevíssima carreira como diretor. Ele poderia ter sido um dos melhores marreteiros do cinema de ação.

Não tenham dúvidas, o filme é direcionado ao público masculino. Onde mais você veria uma policial que se veste como uma puta de luxo dando um fora no namorado bonzinho, sendo seqüestrada pelo bad boy, tratada com uma considerável dose de desprezo pelo mesmo boa parte do filme e, ainda por cima, se apaixonando? É quase como se Nelson Rodrigues, sabedoria de boteco e Mark Lester se fundissem. O resultado não é caviar, mas resulta num mocotó caprichado. Se você é daqueles que considera filmes sem peitos, sangue e com menos de 30 mortes para maricas, não deixe de conferir.

 
Curiosidade: O título original do filme é “Joshua Tree”, o destino do protagonista no filme, mas foi alterado nos EUA para “Army Of One” para não confundirem com o álbum do U2. Embora o batismo de ambos fosse o mesmo, a “Árvore de Josué” presente no deserto de Mojave, definitivamente o “Mötorhead” talvez soe mais próximo ao espírito do filme.

 TRAILER DO FILME:

domingo, 1 de novembro de 2009

Um começo otimista, mas com uma dose de melancolia


Amigos, o Mad Blog volta ao ar. Se você faz parte da meia dúzia de pessoas a quem eu proporcionava um mínimo de entrenimento,  que gostava de "degustar" durante um breve instante do seu dia alguns gracejos e anedotas, seja muito bem vindo. Prometo continuar com meu senso de humor duvidoso e com textos falando sobre coisas que não interessam a quase ninguém, como sempre fiz.

Contudo,  nem tudo são flores, companheiros. Por mais anti-climático que seja, devo começar minhas atividades com uma notícia que considero pouco animadora. Também, quem manda retornar a "blogosfera" entre o Dia das Bruxas e o Dia de Finados? Pois bem. Estava eu no blog de meu amigo Ronald, quando me deparo com uma postagem sua a respeito de "Command Performance", novo filme dirigido, escrito, produzido e protagonizado por Dolph Lundgren, um dos grandes nomes do cinema de ação dos anos 80/90 atualmente relegados a filmes de ação para o mercado de vído. O filme, aguardado com certa ânsia tanto por Ronald quando por uma série de outros entusiastas desse tipo de cinema, como este que vos escreve, aparentemente não cumpre aquilo que seu trailer (que pode ser visto aqui) nos prometia: o nosso querido "Dolpho" dando tiros, socos e pontapés em um bando de terroristas em ritmo de Rock and Roll. Aparentemente o resultado ficou aquém do que deveria.




Obviamente que toda obra causa um efeito diferenciado em cada espectador, cada um deve  se colocar diante do objeto e dar a ele um significado.Mas como o filme não envolve o talento de um narrador como John Woo na direção, não creio que seja o caso, o gigante sueco deve ter "defecado" no pau mesmo. Leiam aqui o enterro de nossa última quimera.

Eis que termino a postagem. Com a promesse de trazer-lhes notícias melhores, piadas melhores e, quem sabe, comentários sobre Dolph Lundgren que não envolvam desapontamentos, desilusões e momentos angustiados de frente para um copo de aguardante  em um botequim de esquina, ouvindo no Jukebox "Venhar Ver O Que Restou de Mim" cantado por Altemar Dutra. Hoje um dia de chuva se intrometeu  em nosso piquenique de primavera.