segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Morre Leslie Nielsen

1926-2010

Morreu hoje um dos comediantes mais engraçados e injustiçados de Hollywood. O homem que sabia ser engraçado sem gritar, ser auto-irônico e ridículo sem exagero, capaz de dizer algumas das asneiras mais engraçadas sem esboçar um sorriso. Uma pena que seus filmes nos últimos dez anos (talvez quinze anos) não faziam jus ao seu talento e presença cênica. Um sujeito que apareceu inicialmente como o galã por quem as mocinhas suspiravam, que interpretou vilões malvados com a competência dos velhos astros e, ainda por cima, foi uma das figuras mais engraçadas dos anos 80 e 90, fazendo este cinéfilo que vos escreve gargalhar por horas quando o via na TV. O mundo ficou mais sem graça hoje. Descanse paz, Leslie, e obrigado por tudo.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

George Romero no Dia da Fúria

Amigos, o mês de novembro é o início de um novo ciclo no blog "O Dia da Fúria". Dessa vez o homenageado é o excelente George Romero (parabéns pro Roberto, que matou a charada outro dia!). Os trabalhos começaram com um texto do expert Cesar Almeida sobre o primeiro longa do homem, " A Noite dos Mortos Vivos", o filme que deu origem a tudo. Acompanhem tudo aqui.

domingo, 7 de novembro de 2010

Revendo "Os Donos da Noite"

Essa semana comprei o filme “Os Donos da Noite” (We Own The Night), do James Gray. O filme continua tão bom quanto na primeira vez que assisti, mas dessa vez não conseguia parar de pensar no quanto esse filme poderia se beneficiar se fosse produzida uma continuação. Claro que o filme do jeito que está, como obra única, é um dos filmes americanos mais interessantes dos últimos dez anos, mas tanto eu quanto minha namorada concordamos que o filme tem um clima de saga familiar que remete inclusive a maior das sagas familiares do cinema, “O Poderoso Chefão”.

O filme é uma acre-doce (mais acre que doce) história de perda, superação e união, acho que poderia ser considerado uma Tragédia nos moldes gregos, tal qual o clássico dos anos 70. Há no filme alguns elementos que o tornam deveras parecido, como a presença do destino, a tentativa de ludibriá-lo por parte do protagonista, o irmão que segue fielmente os caminhos do pai, um crime que acontece contra uma pessoa próxima que o faz repensar toda a sua vida, uma perda sólida e a aceitação do destino, com toda a glória e dor que ele representa. Inclusive o amor do protagonista Bobby (Joaquin Phoenix) por Amada (Eva Mendes), de uma sinceridade inegável e mais belo ainda por ser vivido entre drogas, crime e outros excessos, acaba sendo engolido pelas circunstâncias, parecido com o que acontece com Michael (Al Pacino) e Kay Adams (Diane Keaton). Basicamente os mesmos elementos estruturais do primeiro capítulo sobre a vida dos Corleone, entretanto James Gray inverte certos elementos (mafiosos por policiais, por exemplo), transporta o filme para um universo mais próximo do seu e, curiosamente, consegue criar uma voz própria sem deixar de ser reverente a Copolla. Sem contar que o filme, apesar de policial, não soa como propaganda da polícia, embora certamente que a utilização da Corporação como destino do protagonista errático possa trazer essa interpretação. Confesso que não achei nada sobre isso, seria o diretor filho de policial?

Belíssimo filme. Em vez de novos “Velozes e Furiosos” algum produtor interessado por cinema, se é que ainda existe, devia conversar com o diretor sobre isso. 


Bangkok Knockout - A nova pedrada de Panna Rittikrai



Pelo visto esse vai tirar o gosto amargo deixado pelo Ong Bak 3.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Charles Bronson

Se o Mal de Alzheimer não tivesse vitimado Charles Buchinsky e deteriorado sua saúde física e mental, talvez o dia 3 de novembro deste ano fosse de festa. Fica aqui essa tardia homenagem a um dos grandes nomes do cinema popular dos anos 70. Um homem que certamente ficou marcado como o matador frio e infalível, o favorito dos fãs do "cinema de pedreiro" mas que na verdade era apenas um homem reservado, que gostava de pintar nas horas vagas, sabia 4 idiomas e teve uma infância tão pobre que provavelmente marcou todas as suas escolhas como artista. Em sua homenagem fica aqui um texto do crítico americano Roger Ebert que o entrevistou em 74, ano em que filmava "Desejo de Matar", o filme que o alçou ao estrelato.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Resenhas do feriadão

O Alvo Final (Wrong Side of Town)

Sujeito sai com a patroa e o novo casal vizinho curtir uma noitada na cidade e se vê numa confusão quando mata acidentalmente o sujeito que tenta violentar sua esposa.  Filme B que conta com dois astros da WWE, Rob Van Dam (que é realmente muito parecido com o belga) e o grandalhão Dave Batista e poderia ter sido especial. O coreógrafo é um sujeito chamado Marrese Crump, que também atua no filme e que, aparentemente, é um grande artista marcial e vai inclusive trabalhar na Tailândia no próximo filme de Jeeja Yanin, estrela de Chocolate, mas seu trabalho é arruinado por um diretor que não sabe aparentemente quase nada de como filmar ação. Fora que o Van Dam, embora canastrão, é tremendo performer, extremamente ágil pra alguém do seu tamanho, mas que não teve seus talentos devidamente explorados, como no “clássico” Lua Sangrenta, com o Gary Daniels. Uma lástima. Saudades da PM Entertainment.

Beatdown

Brigador de rua (Rudy Youngblood, de Apocalypto) vai para o interior fugir de sujeito que matou seu irmão e que esá lhe cobrando uma grana altíssima. Lá ele vai rever seu velho pai, com quem nunca se deu bem, se apaixonar e se envolver em lutas clandestinas.  Esse filme é curioso. Embora o diretor seja um dublê conceituado, com mais de dez anos de experiência, o sujeito deve ter em sua casa um pequeno altar com a fotografia de Michael Bay, além de uma filmoteca que conta apenas com filmes deste diretor, Chamas da Vingança do Tony Scott, Romeu e Julieta do Baz Luhrmann e videoclipes da MTV. O sujeito treme e usa efeitinhos em TODAS as cenas do filme, até nos diálogos. A cena final em que o protagonista está diante do chefão do mal é uma das coisas mais mal filmadas que já vi. O Uwe Boll fica parecendo o Copolla ao lado desse diretor. Mais Woody Allen , Wilson Yip e Isaac Florentine e menos vídeo game, Paul Greengrass  e MTV pra você aprender a filmar diálogos e lutas, estúpido! Saudades da PM Entertainment. (2)

Entretanto, as coreografias (quase arruinadas pelo beócio do diretor) e os atores seguraram a onda pra mim. O lutador de MMA Michael Risping surpreendeu-me, bastante carismático, poderia facilmente fazer filmes de gangster na sua Inglaterra natal, e Danny Trejo, bom, é Danny Trejo. Legal vê-lo fazendo um senhor temente a Deus que se move numa cadeira de rodas, longe dos tipos marginalizados e durões que o tornaram famoso. O filme tem também o injustiçado Eric Balfour como o irmão ciumento e violento da namorada de Rudy Youngblood. Aliás, me equivoco, esse sim é o grande injustiçado. Como é triste ver um sujeito como ele, cuja experiência anterior foi um filmaço de Mad Mel, ter que trabalhar com um diretor tão meia boca. Será que é porque é índio?

Atração Perigosa (The Town)

Pra não dizer que não falei de flores, esse me surpreendeu. Nunca fui muito com a cara do Ben Affleck, mas aqui ele não apenas atuou bem como se mostrou um diretor bastante competente. Além de contar com um elenco bacana lhe dando suporte, como Jeremy Renner, John Hamm e a excelente Rebecca Hall, o sujeito dirige com segurança, bom ritmo, bons enquadramentos e faz um arroz com feijão muito bem cozido. Vou tentar assistir ao Medo da Verdade, filme anterior do sujeito. Fica aí a dica de um filmezinho bem bacana para se assistir no cinema e, quem sabe, fica a promessa de um diretor competente que pode crescer bastante.